A Bela Adormecida de Londrina

22:30Adriane Ribeiro


Lecy Suzana Garcia era professora de acordeom e normalista. Bonita, alegre, dançava, namorava, gostava de equitação, era uma pessoa normal. O drama de Lecy começou no final de 1957, então com 17 anos, quando contraiu uma gripe, queixou-se de sonolência e caiu no maior sono de que se tem notícia. Quando a revista O Cruzeiro (umas das mais influentes do país naquela época) noticiou o caso, Lecy dormia há mais de dois anos. Ela foi notícia em Londrina, no Brasil e no mundo. Médicos, religiosos e até paranormais tentaram despertá-la de seu sono.


Branca Garcia Martinez, a mais nova das quatro irmãs Garcia, conta como tudo começou: “Ela se sentiu mal – estava com gripe –, depois começou a sentir um adormecimento no braço e na perna e foi levada a médicos. Depois disso ela foi piorando." Mauro Antônio Garcia, outro irmão de Lecy, declarou: “Para nós, ela estava consciente. A gente conversava e ela respondia com pequenos sinais”.


Foram quase cinco anos dormindo. Da gripe ao sono profundo, foi aproximadamente um mês e meio. Foi gradativamente perdendo movimentos, até entortar a face, ficar com a boca torta e dificuldade de falar, até entrar em coma. Um dos médicos constatou que era uma gripe asiática. Outro que era uma encefalite-a-vírus. “Ela foi para Curitiba e voltou bem ruim, desenganada, com 15 dias de vida”, relatou um parente. Passou a se alimentar com soro, já não comia.

O caso passou a ter repercussão nacional e chamou a atenção de autoridades, como o secretário de Saúde de São Paulo, Fauze Carlos, que se interessou e cedeu um leito no Hospital das Clínicas. Até um avião da FAB - Força Aérea Brasileira estaria à disposição de Lecy para levá-la a qualquer lugar do mundo onde pudesse haver uma cura.


Depois de tentar de todas as formas, com médicos, paranormais - inclusive um guru indiano fez uma visita à Lecy -, foram enviados exames aos maiores centros neurológicos da época: Rússia, Canadá, Estados Unidos e França. Nenhuma resposta esperançosa. Lecy faleceu em 03 de Outubro de 1962.

Para a família que deu total dedicação à Lecy, ela não morreu. Dormiu e nunca mais acordou.

Seu tumulo no cemitério São Pedro até hoje é um dos mais visitados, pois segundo o pessoal mais antigo da época, Lecy após sua morte passou a fazer milagres e curar as pessoas. Seu tumulo virou uma espécie de santuário com muitas flores e placas de agradecimento de pessoas que foram ajudados por ela.



Fonte: Memória Viva | Noite Sinistra

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